Quando sinto dor, por vezes durmo pior. Qual a relação entre o sono e a dor?

Sono reparador alivia dor; privação de sono agrava sintomas.

O sono e a dor parecem ter uma relação bidirecional. Por exemplo, muitas pessoas relatam que os seus sintomas dolorosos são um pouco aliviados após uma noite de sono reparador. Por outro lado, os indivíduos que vivem com dor crónica sabem como pode ser difícil ter uma boa noite de sono. A principal queixa relatada relaciona-se com a incapacidade em adormecer e em manter o sono, e em despertares noturnos frequentes que resultam, geralmente, num curto tempo de sono. É frequente as pessoas acordarem cansadas, com falta de energia, com sinais de irritabilidade e uma maior sensibilidade à dor, o que dificulta a maneira como lidam com a mesma.

Gráfico 2

Por esta razão, é frequente que nas consultas, o seu médico aborde questões relacionadas com os distúrbios do sono, ou que sejam prescritos medicamentos cujos efeitos secundários interfiram com o seu padrão de sono. Se estiver a experienciar alterações do sono, converse com o seu médico e/ou consulte um especialista em sono.

Apesar desta inquestionável ligação entre o sono e a dor, evidências emergentes sugerem que o efeito do sono na dor pode ser ainda mais forte do que o efeito da dor no sono. Muitos estudos encontraram uma associação positiva entre um sono de qualidade e melhores parâmetros de dor crónica. Por exemplo, indivíduos com problemas de sono estão em maior risco de desenvolver condições como fibromialgia ou de sofrerem de enxaquecas.

Teoriza-se que a privação de sono leva a um estado inflamatório do nosso sistema imunitário, resultando num baixo limiar de dor, elevada reatividade à dor e uma incapacidade de inibição da dor pelo cérebro. O motivo pelo qual tal acontece ainda não está determinado, mas coloca- se a hipóteses de que o sono e a dor compartilham vias e neurotransmissores semelhantes.

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